A jornada de recuperação da dependência química e do alcoolismo é marcada por desafios emocionais, físicos e sociais. Por trás de cada recomeço bem-sucedido, há uma rede de apoio técnico que envolve diferentes profissionais da saúde. Entre os mais importantes estão o psicólogo e o psiquiatra, cujas funções se complementam no cuidado com o dependente.
Uma história que poderia ser real
Imagine João, um homem de 38 anos, lutando há anos contra o alcoolismo. Ele já tentou parar diversas vezes, mas sempre recaía. Um dia, após um episódio grave, decidiu buscar ajuda profissional. Foi acolhido em uma clínica de reabilitação, onde passou a ser acompanhado por um psicólogo e um psiquiatra. Com o tempo, João descobriu que sua dependência era alimentada por traumas não tratados e por um transtorno de ansiedade subjacente.
Com o apoio do psiquiatra, iniciou um tratamento medicamentoso controlado. Ao mesmo tempo, com o psicólogo, passou a compreender melhor suas emoções, gatilhos e padrões de comportamento. Em poucos meses, João já apresentava uma melhora significativa e, com o tempo, reconstruiu sua vida.
O papel do psicólogo no tratamento
O psicólogo atua no resgate da saúde mental e emocional do dependente. Por meio da psicoterapia, o profissional ajuda o paciente a:
- Compreender as causas da dependência;
- Reconhecer e lidar com os gatilhos que levam ao uso de substâncias;
- Desenvolver habilidades de enfrentamento e autocontrole;
- Fortalecer a autoestima e o senso de propósito;
- Reestabelecer vínculos familiares e sociais.
O papel do psiquiatra no tratamento
Já o psiquiatra é o médico especializado em saúde mental, responsável por avaliar e tratar possíveis transtornos mentais associados à dependência, como depressão, ansiedade, bipolaridade, entre outros. Ele também prescreve e acompanha o uso de medicações controladas que auxiliam na redução da abstinência e estabilização emocional do paciente.
Tipos de tratamento recomendados
O tratamento ideal varia conforme o grau de dependência, histórico do paciente e avaliação clínica. Entre os métodos mais recomendados estão:
- Internação voluntária ou involuntária: indicada para casos graves ou de risco à vida;
- Tratamento ambulatorial: quando o paciente pode manter suas atividades cotidianas com acompanhamento profissional regular;
- Grupos de apoio terapêutico: como os 12 Passos, que ajudam no suporte emocional coletivo;
- Terapia cognitivo-comportamental: para reestruturação de pensamentos e comportamentos disfuncionais;
- Tratamento medicamentoso: sob supervisão do psiquiatra para controle de sintomas e compulsões.
A importância da equipe multidisciplinar
Psicólogos e psiquiatras não trabalham isoladamente. Eles integram uma equipe multidisciplinar que pode incluir assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e conselheiros em dependência química. Esse cuidado integral favorece melhores resultados e a prevenção de recaídas.
Vencer a dependência química ou o alcoolismo exige esforço, paciência e, sobretudo, ajuda profissional qualificada. O psicólogo e o psiquiatra têm papéis fundamentais nesse processo, oferecendo suporte emocional e clínico que transforma vidas.
Buscar tratamento não é sinal de fraqueza, mas de coragem e compromisso com a própria saúde.